quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

As duas faces da flor


Rodeada de cipós e espinhos,
Eu te vi, num mundo só teu.
Imponente, culta, soberba,
Como peça intocável de museu.

Tentei ver através das aparências,
Um mundo carregado de emoções.
Apesar do limite intransponível,
Sinto em ti pulsar um coração.

Flor tu és, de belezas mil.
A transmitir sensações vitais.
Porque te escondes nesta indiferença?
Diferença própria dos seres racionais?

Chegou o tempo de desabrochar.
Desabrochando vejo esta linda flor.
Numa lágrima refletes a alma,
Dourada e bela, regada pelo amor.

Menina, flor de meia idade.
Cultivada com sabedoria.
Enriquece todos que se chegam a ti,
Sagrado exemplo, nos dado por Maria.

Sorria, chores, apaixone-se mulher.
Tu és a mais perfeita obra de Deus.
Não terás perdão ó criatura,
Por não viveres plenamente os sonhos teus.


Siria W. S. da Silveira